Autor: Leandro Rosin
Colaboradores: Ana Luysa Santin, Jessé Vinícius Lana,
Nicolas Dominico e Renata Dal Bó.
“Hipócrates afirmava que o que quer que aconteça na mente afeta o corpo”.
Medicina Psicossomática []
• Conceito: É uma ciência interdisciplinar que integra diversas especialidades da medicina e da psicologia para estudar os efeitos de fatores sociais e psicológicos sobre processos orgânicos do corpo e sobre o bem-estar das pessoas.
• Surgiu no final dos anos 30, denominada assim por Franz Alexander.
• Interação entre alma e corpo;
• Demonstra um importante papel da mente na manutenção da saúde física.
• Há duas hipóteses estudadas:
1. O surgimento e a progressão do câncer são afetados por variáveis psicossociais (estado afetivo, traços de personalidade, estilos de enfrentamento);
2. Fatores psicológicos afetam o sistema imune, o qual pode contribuir para o surgimento e progressão do câncer.
Psiconeuroimunologia[]
• Conceito: Nova área médica que tem como objetivo buscar evidências científicas sobre a influência das situações de estresse na diminuição da função imunológica e, com isso, o aumento da suscetibilidade às doenças. Essas doenças podem variar de uma simples alergia até o surgimento de uma neoplasia;
• Os fundamentos dessa área remetem a uma teoria defendida pelos primeiros filósofos e pensadores da humanidade: a existência de uma interação entre corpo, mente e alma (psique);
• Doença seria o resultado de três sistemas: neuropsicológico, endócrino e imunológico.
• Em diversos eventos estressantes - como perda, privação, dor, sofrimento - ocorre uma perturbação na inter-relação “sistema imunológico e endocrinológico” aumentando a vulnerabilidade do organismo a doenças, como o câncer;
• Segundo especialistas, o estresse afeta diretamente o funcionamento do sistema nervoso central e a sua comunicação com o sistema imunológico, podendo desencadear:
1. Baixa produção de interleucina-3 (IL-3) uma proteína que regula as respostas do sistema imunológico às ameaças ao organismo;
2. Aumento na produção e liberação de adrenalina, o que implica em prejuízos para o baço, responsável - entre outras funções - pela produção de glóbulos brancos;
3. Aumento da secreção de cortisol, pelas glândulas suprarrenais, que pode acarretar queda na imunidade;
4. Aumento da produção de ácidos graxos livres e colesterol, os quais apresentam ação imunossupressora;
5. Estresses crônicos diminuem a produção de células NK (“Natural Killer”). Essas células são responsáveis pela “vigilância” do organismo no combate às células anormais ou mutadas, assim a deficiência de células NK pode favorecer a proliferação de células neoplásicas e gerar um câncer.
• Acredita-se que exista uma diferença na predisposição ao câncer entre as pessoas de temperamento “expressivo” e “repressivo”:
o Indivíduos Noradrenérgicos → “Expressivos” → Indivíduos que em situações de perigo atacam e enfrentam → Menor predisposição ao câncer;
o Indivíduos Adrenérgicos → “Repressivos” → Indivíduos que em situações de perigo fogem → Maior predisposição ao câncer;
Câncer[]
Nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo.
Estas células com crescimento desordenado tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores (acúmulo de células cancerosas) ou neoplasias malignas.
Por outro lado, um tumor benigno significa simplesmente uma massa localizada de células que se multiplicam vagarosamente e se assemelham ao seu tecido original, raramente constituindo um risco de vida.
As causas de câncer são variadas, podendo ser externas ou internas ao organismo, estando ambas inter-relacionadas.
Segundos dados epidemiológicos, o câncer é configurado como um problema de Saúde Pública no Brasil;
Responsável por mais de seis milhões de óbitos a cada ano, representando cerca de 12% de todas as causas de morte no mundo.
Há 30 anos a chance de cura era de 15%, atualmente passa de 65%, podendo chegar a 85% em alguns casos.
Depressao X Câncer[]
A depressão pode desencadear o desenvolvimento do câncer ou ser agravante após instalação da doença;
Importância de ver o paciente como um todo: mente e corpo;
Muito citada a depressão pós-diagnóstico de câncer de mama.
Certos tipos de câncer são habitualmente acompanhados de síndrome depressiva, a qual acomete cerca de 20 a 30% dos pacientes oncológicos.
Segundo estudos, a depressão tem profundos efeitos negativos no estado funcional e psicológico dos doentes;
Pode predispor ou causar doença física em pacientes;
Mas estes mecanismos ainda são pouco conhecidos, por motivos:
· Metodologias falhas
· Uso de amostras pequenas e viciadas;
· Amostras heterogêneas com muitos tipos diferentes de câncer em fases também diferentes;
· Limitada ou nenhuma análise estatística possível.
Tratamento do câncer[]
• O tratamento do câncer pode ser feito através de cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou transplante de medula óssea. Em muitos casos, é necessário combinar mais de uma modalidade.
• Após um paciente passar por uma doença como o câncer, será requisitado o auxílio de vários profissionais da área da saúde, entre eles os psicólogos através da psico-oncologia, que estuda a influência de fatores psicológicos sobre o desenvolvimento, o tratamento, a reabilitação e fase terminal de pacientes com câncer;
• Entre os principais objetivos estão a identificação de variáveis psicossociais e contextos ambientais em que a intervenção psicológica possa auxiliar o processo de enfrentamento da doença, incluindo quaisquer situações potencialmente estressantes a que pacientes e familiares são submetidos.
•O atendimento profissional deve ultrapassar os limites do consultório e da prática psicoterápica, insuficientes para cumprir os objetivos da psico-oncologia. Deve-se buscar e trabalhar com o paciente incluindo a participação ativa de diferentes profissionais. A psico-oncologia deve ser entendida como um instrumento que viabiliza atividades interdisciplinares.
• Autores afirmam que somente nas últimas décadas diferentes abordagens psicológicas começaram a investigar as relações existentes entre personalidade, padrões comportamentais, fatores psicossociais e incidência, evolução e remissão do câncer.
• A qualidade de vida do paciente com câncer passa a ser tão relevante quanto o seu tempo de sobrevida, o que pressupõe uma modalidade de assistência integral ao paciente e à sua família, bem como a formação de profissionais de Saúde envolvidos no atendimento dessa demanda.
• Kübler-Ross (1994), a partir de sua prática clínica com pacientes terminais, identificou cinco estágios do paciente diante da morte e do morrer:
1. Choque e negação: o paciente toma conhecimento de que está próximo da morte e se recusa a aceitar o diagnóstico;
2. Raiva: os pacientes se sentem frustrados, irritados ou com raiva pelo fato de estarem doentes, passando a descarregar esses sentimentos na equipe médica;
3. Barganha: ocorre quando o paciente tenta negociar sua cura com a equipe médica, com os amigos e até com forças divinas, em troca de promessas e sacrifícios;
4. Depressão: o paciente apresenta sinais típicos da depressão, como desesperança, ideia suicida, retraimento, retardo psicomotor, antecipação à possibilidade de perda real da própria vida.
5. Aceitação: ocorre quando o paciente percebe que a morte é inevitável e aceita tal experiência como universal.
• Os autores apontam para a necessidade de intervenção em vários níveis, tendo em vista o bem-estar psicológico do paciente:
1. Elaborar programas de intervenção psicossocial com ênfase na aquisição de habilidades de enfrentamento específicas para cada contexto do tratamento do câncer;
2. Preparar profissionais de saúde envolvidos com o cuidado específico; no caso de câncer de mama, de mulheres mastectomizadas, no sentido de trabalhar as angústias das mesmas, bem como de conscientizá-los das estratégias de enfrentamento utilizadas pelas pacientes;
3. Preparar os profissionais de saúde para lidar com as distintas reações emocionais apresentadas pelas pacientes nas diferentes fases do tratamento;
4. Proporcionar apoio psicológico aos familiares.
REFERÊNCIAS:[]
1. Garcia MA, Tafuri MJ, Nogueira RC e Carcinoni TM. A Depressão em Pacientes com Câncer: uma Revisão. Rev. Ciênc. Méd. Campinas, 9(2): 80-85, maio/agost, 2000.
2. Zanella J. A Saúde e os Sentimentos. Jornal Unesp, ano 2005. Disponível em: <http://www.unesp.br/aci/jornal/205/impacto.php>. Acesso em: 4 de agosto de 2013.
3. Guerreira A. Traumas emocionais podem levar ao câncer. Jornal a Tribuna de Santos. Disponível em: <http://www.gotadeluzdosol.com/ras_pop_tribuna.htm>. Acesso em 4 de agosto de 2013.
4. O Início e a Progressão do Câncer. Fatores Psicológicos Afetando Condições Médicas. Cap. 5.
5. Garcia MA, Tafuri MJ, Nogueira RC e Carcinoni TM. A Depressão em Pacientes com Câncer: uma Revisão. Rev. Ciênc. Méd. Campinas, 9(2): 80-85, maio/agost, 2000.
6. Junior C. A. L. O desenvolvimento da psico-oncologia: implicações para a pesquisa e intervenção profissional em saúde. Psicol. cienc. prof. vol.21 no.2 Brasília June 2001.
7. Rossi L.,Santos M. A. Repercussões psicológicas do adoecimento e tratamento em mulheres acometidas pelo câncer de mama. Psicol. cienc. prof. v.23 n.4 Brasília dez. 2003.
8. Silva G., Santos M. A., “Será que não vai acabar nunca?”: Perscrutando o Universo do pós-tratamento do câncer de mama. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2008 Jul-Set; 17(3): 561-8.
LINKS RELACIONADOS:[]
A História da pianista que superou o câncer: http://www.youtube.com/watch?v=oclTQfkndeI
A história da menina Talia: http://www.youtube.com/watch?v=FgiMnABlYdo