Editora: Bruna da Silva Ferreira
Colaboradores: Augusto Radünz do Amaral, Felipe Starling Jardim e Fernanda Cristina Zanotti
Introdução[]
O estudo da epidemiologia abrange inúmeros objetivos, entre eles insere-se a descrição da magnitude, da tendência e da distribuição dos problemas de saúde em populações humanas. A análise de dados na epidemiologia refere-se à sumarização de dados populacionais para a obtenção de medidas ou imagens através de gráficos e mapas, por exemplo, que facilitem ou permitam a interpretação dos dados e desse modo se viabilize a produção do conhecimento desejado. Portanto, percebe-se a importância da análise gráfica para a melhor obtenção de informações que auxiliem no planejamento de estratégias para o controle de problemas de saúde em determinada população.
Características gráficas importantes[]
As informações dadas a seguir são importantes para a correta análise e construção de gráficos que ampliem o conhecimento a ser adquirido.
O que é importante VER em um gráfico?
• Padrão: Tendência central;
• Variação: Dispersão em torno da tendência central;
• Tendência: Somente para desagregação em escalas paramétricas (distribuição normal) ou ordinais (a variável utilizada para medir uma característica identifica que é pertencente a uma classe e que as classes estão ordenadas em um ranking, exemplo disso é a escala social).
Como o gráfico é uma forma de comunicação, esse deve estar claro apresentando título, poucas informações e comparação. Além disso, deve-se indicar a origem dos dados (reprodutibilidade).
Seguindo esse princípio de clareza o título do gráfico deve possuir algumas informações essenciais:
• O que está sendo medido, qual a escala, qual a desagregação;
• Onde é o local de referência;
• Quando é o período de referência;
A fonte do gráfico também deve possuir alguns detalhes como:
• Base de dados utilizada ou texto consultado;
• Gerente da base de dados (responsável pela compilação dos dados ou o autor do texto);
Principais tipos de gráfico[]
Gráfico de colunas:
São aplicáveis tanto quando a escala implica numa ordem (ex. meses do ano, escolaridade, idade) como quando não implica (ex. bairros, profissões, raças);
Exemplos: coeficiente de mortalidade por faixa etária, coeficiente de mortalidade por ano.
Gráfico de barras
São aplicáveis tanto quando a escala implica numa ordem (ex. meses do ano, escolaridade, idade) como quando não implica (ex. bairros, profissões, raças);
Exemplos: coeficiente de mortalidade por faixa etária, coeficiente de mortalidade por ano.
Gráfico de linhas
Podem ser usados apenas se a escala da variável representada implica numa ordem (ex. meses do ano, escolaridade, idade). Portanto a presença, no eixo x, de escala nominal ou dicotômica não permite o seu uso.
Exemplos: coeficiente de mortalidade por faixa etária, coeficiente de mortalidade por ano.
Gráfico de setores (pizza)
São indicados para representar proporções.
Exemplo: total de mortes por faixa etária (gráfico de coluna ou barras podem ser utilizados, mas são prejudicados por se tratar de números absolutos).
Recomendações[]
Segue abaixo algumas recomendações sobre a utilização de gráficos:
• Na dúvida, utilize gráfico de barras;
• Moderação no uso de três dimensões:
• Use poucas cores:
• Mostre os eixos (com escala e título):
• Adote um mesmo valor máximo nos vários gráficos com a mesma escala:
• Não “ampute” os eixos, caso isso ocorra, avise;
• Não use dinógrafos;
• Não use pictogramas:
• Evite coluna de total com indicadores absolutos e proporções.
Usos inadequados da apresentação gráfica[]
• Apresentação 3D:
• Iconográfico:
• Múltiplas desagregações:
Recomendações adicionais[]
Além dessas recomendações pode- se ressaltar outras, como:
• Título sucinto demais;
• Termos difíceis;
• Eixos sem escalas;
• Amputar eixos;
• Muitas cores (procurar agrupar);
Elementos gráficos []
Para melhor compreensão dos elementos de um gráfico, segue um exemplo:
Eixos:
• y: pode possuir escala discreta ou contínua;
• x: pode possuir escala discreta, contínua, nominal, dicotômica e ordinal;
No exemplo acima, têm-se no eixo y uma escala contínua e no eixo x uma escala dicotômica,que é um subgrupo da nominal, mas no exemplo é mais plausível utilizar o termo dicotômica..
Desagregação: Classificação dos eventos segundo categorias. No exemplo, destacam-se duas desagregações, sendo idade e preferência. Ou seja, é a maneira de você discriminar os indivíduos.
Categorias: Caracterizadas como subtipos, detalhamentos, classificações, que podem ser usadas como variáveis em gráficos. O eixo x pode conter diversas categorias, como: valores, faixas etárias, anos, meses, dias da semana, localidades geográficas, etc. No caso, no eixo x, a proporção dos indivíduos está dividida em duas categorias (opinião e informação jornalística), e na legenda os indivíduos estão divididos em faixas etárias, possuindo, portanto, mais três categorias.
Série: É a forma de você apresentar no gráfico uma desagregação adicional ao eixo x, utilizando cores, tipo de linha, etc..., referenciadas através de legenda. O número de séries é o mesmo que o de categorias na desagregação apresentada na legenda.
Fonte: Base de dados, gerente de dados.
Referência Bibliográfica: Importante para questionar dados duvidosos, abster-se da responsabilidade de afirmações questionáveis.
A fim de fixar o conteúdo em questão segue abaixo os constituintes do título de um gráfico:
• Objeto;
• Escala;
• Desagregação (eixo x, legenda);
• Local (de referência, no caso não o local que o gráfico está sendo produzido, mas sim o local da pesquisa);
• Período (de referência, no caso não o período que o gráfico está sendo produzido, mas sim o período da pesquisa).
Referências []
1 - FERREIRA, Bruna Silva. Anotações da aula da Disciplina de Epidemiologia Geral. UNIVILLE. 22/05/2013.
2 - FLETCHER, Suzanne W., FLETCHER, Robert H. Epidemiologia Clínica - Elementos Essenciais. 4 ed: ARTMED, 2006.
3 - ROUQUAYROL, Maria Z. Epidemiologia e Saúde. 5 ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 1999.
Links externos[]
1 - Tipos de Gráficos Estatísticos
3 - Gráficos