Editor: Nicolas Dominico
Colaboradores: Ana Santin, Jessé Lana, Leandro Rosin, Renata Dal Bó Mazzuco
Desenvolvimento Humano ao longo do Ciclo Vital - De 1 a 3 anos de idade
Desenvolvimento Linguístico e Cognitivo[]

A criança produz ruídos, sons guturais ou murmúrios ocorrem de forma espontânea. Além disso, a persistência e evolução das vocalizações dependem do esforço parental. Aproximadamente aos 2 anos os reflexos se tornam voluntários, elas passam a interager com o ambiente, experimentando feedbacks de seu próprio corpo e manifestam intenção c
om as ações. Ao final do 2º ano fazem uso da linguagem e brincadeiras simbólicas.
Desenvolvimento Linguístico[]
Dos 12-18 meses a criança utiliza uma palavra para expressar uma ideia completa (frase), o que chamamos de: “palavra-frase”. Exemplo:“Bola”. Aos 18 – 20 meses a frase poderá conter duas ou três palavras (já observamos a estrutura verbal correspondente ao português). Exemplo: “Medo au-au gande”. Aos 2 anos ocorre intenso desenvolvimento da linguagem oral. A criança, geralmente, inicia a construção de seu vocabulário não produzindo corretamente todos os sons da fala, exemplo: a criança diz: “Cassoo!” (apontando para o cachorro) e o adulto: “Estou vendo. Que cachorro bonito!”. Aos 3 anos iniciam-se as interrogativas: Porquê? O que é?
Desenvolvimento Emocional[]
12-18 meses: afeto suave, vergonha (18 meses)
24 meses: orgulho
3-4 anos: culpa, inveja

Ansiedade com Estranhos[]
Inicia na 26 semana de idade, desenvolvido completamente com 32 semanas, como reação choram e se agarram na mãe. Apresentam ansiedade de separação aos 10-18 meses, ocorre com a separação da pessoa por quem o bebê tem apego. Quando começa engatinhar e se afastar da mãe, ele começa aprender a se separar
Segundo ano de vida[]
É marcado por desenvolvimento motor e intelectual avançado, o caminhar permite que elas determinem quando devem se aproximar ou se retrair. Com isso, o negativismo é vital para o desenvolvimento da independência e a aquisição da fala amplia os horizontes.
Desenvolvimento Emocional e Social[]
No 2° ano desenvolve-se o referenciamento social, a criança observa os pais e pessoas ao redor em busca de pistas sobre como responder a eventos novos. Ela também desenvolve excitação exploratória, prazer assertivo e interesse em novos comportamentos, além da capacidade de demonstração de amor e de protesto. Aí têm-se a ansiedade como fator de desorganização.
Cuidados Parentais[]
Exige-se firmeza com relação aos limites do comportamento aceitável e encorajamento para a emancipação progressiva da criança, os pais ou cuidadores devem permitir que a criança aprenda com seus erros. Além disso, a criança luta pelo afeto e atenção exclusiva dos pais. Contudo, exigências de posse exclusiva não são resolvidas geram competição ciumenta em relacionamento com amigos e parceiros amorosos e, fantasias motivada pela disputa geram medo de retaliação e ao deslocamento do medo para objeto externo, entretanto, uma família justa e carinhosa gera uma criança com sistema moral de direitos éticos. Vale ressaltar que os pais devem equilibrar punição e permissividade, e estabelecer limites realistas.
Desenvolvimento Sexual[]
A diferenciação sexual é perceptível desde o nascimento, quando os pais vestem e tratam os bebês de forma diferente e, por meio de imitação e recompensas as crianças assumem seus perfis sexuais, elas manifestam curiosidade sobre o sexo anatômico, quando recebem respostas apropriadas sentem-se confortáveis com seus próprios papéis. Contudo se o tema é um tabu e as questões são rejeitadas, podem gerar vergonha e desconforto.
A convicção firme de ser homem ou mulher começa a se manifestar aos 18 meses e se estabelece por volta dos 24 a 30 meses. Acreditava-se que a identidade de gênero era função da aprendizagem social. Baseado nisso, John Money relatou casos com crianças com órgãos genitais defeituosos que foram criados como o sexo oposto do cromossômico: O seguimento em longo prazo desses indivíduos sugere que a maior parte da identidade de gênero é inata, com isso, há expectativas para meninos e meninas acerca do que e com quem brincar, tom de voz, expressão de emoções e maneira de se vestir.
As mães falam mais com as meninas, e quando o menino está com 2 anos, os pais falam mais com os meninos, mesmo pais que são determinados a educar filhos não sexistas, notam a preferência de seus filhos por brinquedos estereotipados
Controle dos Esfíncteres[]
Fase Anal[]
Período de exigências sociais crescentes para a criança em que áreas de tensão e gratificação são trazidas à consciência, esse controle dos esfíncteres ocorre entre 2-4 anos;
• Controle da micção diurna - completo com 2 anos e meio;
• Controle das fezes;
• Controle da micção noturna – completo com 4 anos;
O treinamento para o uso do toalete desperta um interesse natural pela autodescoberta. Já o controle fisiológico é ligada à percepção de que esse controle é uma nova fonte de prazer e domínio:
• Propriedade em relação aos seus excrementos, enquanto objeto de troca;
• Pode ser usado como uma arma contra os pais;
• Fezes podem ser oferecidas como presente ao mundo.
As crianças aprendem com rapidez que o crescente nível de controle lhes traz atenção e elogios por parte de seus pais, porém existe uma contradição de “Elogio e o reconhecimento X ideia de que ir ao banheiro é "sujo“.”
Nenhuma área da vida contemporânea é tão carregada de proibições e tabus como a área que lida com o treinamento da higiene e comportamentos típicos da fase anal. Com isso, o “Caráter Anal” tem relação de fixação parcial na fase anal, surgindo em ordem, parcimônia e obstinação.
Sono[]

Dificuldade para dormir está relacionada ao medo do escuro, contudo, a maioria dorme em torno de 12h por dia, incluindo 2h após o almoço. Por isso, existe a necessidade de tranquilizar a criança antes de ir para cama, já aos 2 anos, a criança demora cerca de 30 minutos para iniciar o sono.
Período pré-escolar[]
Há um grande crescimento físico e emocional. Pelos 2 e 3 anos de idade , ela tem metade da altura que terá quando adulta. Por volta de 5, 6 anos é um período em que estão prontas para frequentar a escola e coincide com a troca de dentição, também existe, nessa fase, controle dos esfíncteres, ela consegue vestir-se e alimentar-se e tem um maior controle emocional.
Quanto ao desenvolvimento linguístico e cognitivo, as crianças começam a pensar de forma simbólica, porém com pensamento egocêntrico, ou seja, são incapazes de sentir empatia, também possuem pensamento intuitivo.
No comportamento social e emocional, as emoções são influenciadas por eventos somáticos como fome e cansaço. Embora pense de maneira egocêntrica essa é a fase de aprender a cooperar, também desenvolve expansividade, curiosidade, orgulho e alegria versus timidez , introversão, medo, ciúme e inveja.
Também nesse período, existe o comportamento social e emocional, que se caracteriza dos 3 a 6 anos, onde têm consciência de seus corpos, órgão genitais e a diferença entre os sexos, também têm uma preocupação com doenças ou lesões – fase do “band-aid”.
Até perto dos 7 anos as crianças experimentam regras como absolutas, não entendem que pode haver mais de um ponto de vista sobre uma questão moral. Existe aí a rivalidade entre irmãos:
• O nascimento de um irmão põe a prova a capacidade da criança em idade pré-escolar de compartilhar, mas também pode evocar rivalidade entre os irmãos, o que é mais provável
Quanto às brincadeiras, começam a praticar jogos de fingir, onde testam a vida real de maneira lúdica. Nas brincadeiras as crianças representam um papel (dona de casa ou um motorista de ônibus). Entre 2 e 3 anos as brincadeiras são paralelas, sem interação. Já por volta dos 3 anos: associativas, brincar com o mesmo brinquedo. Com 4 anos as brincadeiras são cooperativas, também existem interações reais e alternância da vez de brincar.
Os desenhos estão presentes na fase dos 3 a 6 anos, elas expressam a criatividade e refletem os conceitos de imagem corporal e impulsos sexuais agressivos. Também existem os amigos imaginários:
• Estudos indicam que 50% das crianças de 3 a 10 anos têm amigos imaginários em algum momento. Seu significado ainda não está claro, mas são figuras que aliviam a solidão e a ansiedade. Na maior parte dos casos, desaparecem por volta dos 12 anos.
Quanto ao papel da televisão, estudos recentes comprovam uma correlação entre o fato das crianças verem muita violência na TV e o desenvolvimento de agressividade. O excesso pode interferir na alfabetização.
Referências
SADOCK, Benjamim James; SADOCK, Virginia Alcott. Compêndio de psiquiatria: ciências do comportamento e psiquiatria clínica. 9. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.
Sigmund Freud e a Psicanálise. Disponível em: <http://www.psiquiatriageral.com.br/psicoterapia/freud4.ht>. Acesso em 11/11/2013
Psicanálise com crianças: considerações sobre o sintoma de encoprese. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S0100-34372012000100002&script=sci_arttext>. Acesso em: 11/11/2013
Links Externos
1- http://www.plenamente.com.br/desenvolvimento-humano.php (acessado dia 21 de novembro de 2013)
2- http://books.google.com.br/books?id=1uCV9Jr1eEwC&pg=PA194&lpg=PA194&dq=psicologia+m%C3%A9dica+crian%C3%A7a+1+a+3+anos&source=bl&ots=807t-cF38c&sig=5sBHuqgW6q5cmfmhO49gFJl2nwQ&hl=pt-BR&sa=X&ei=oiuOUsXaFoirkAeo2ID4Cg&ved=0CDUQ6AEwAQ#v=onepage&q=psicologia%20m%C3%A9dica%20crian%C3%A7a%201%20a%203%20anos&f=false (acessado dia 21 de novembro de 2013)
3- http://www.scielo.br/pdf/rbem/v36n3/20.pdf (acessado dia 21 de novembro de 2013)