Editores: Tiago Vasconcelos, Rafael Koerber, Lucas Muehlbauer
Colaboradores: Kurt Neulaender, Carlos Ehrl, Giórgio Tondello
Fisiologia Cardíaca[]
-Coração 3 tipos de músculo: atrial, ventricular e fibras excitatórias e condutoras;
-Músculo cardíaco é estriado;
-Discos intercalares: membranas celulares que separam as células miocárdicas umas das outras;
-Presença de platô;
-Período refratário do átrio é bem mais curto que o do ventrículo;

http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/corpo-humano-sistema-cardiovascular/coracao-6.php
O Ciclo Cardíaco
-Conjunto de eventos que ocorre entre o início de um batimento e o início do próximo;
-Início: potencial de ação no nodo sinusal (parede superior do átrio direito) que se difunde para os 2 átrios e posteriormente para os ventrículos através do feixe AV;
- O átrio se contraí antes do ventrículo (bomba de escova);
-Quanto maior a frequência cardíaca menor a duração do ciclo cardíaco;
-Quando em frequência muito alta o coração não relaxa tempo suficiente para permitir o enchimento completo das câmaras cardíacas antes da próxima contração;
-Onda P: despolarização dos átrios (seguido de contração atrial);
-Ondas QRS: despolarização dos ventrículos (seguida da contração ventricular);
-Onda T: repolarização ventricular (surge pouco antes do final da contração ventricular);
-80% do sangue flui normalmente dos átrios para os ventrículos (mesmo antes d contração atrial). A contração representa 20% adicionais para acabar de encher os ventrículos. Desse modo, os átrios funcionam como bomba escova, que melhora a eficácia do bombeamento ventricular em, no máximo, 20%;
- Enchimento dos ventrículos durante a diástole:
Durante a sístole grande quantidade de sangue se acumula nos AD e AE (pois as valvas AV estão fechadas). Assim que acaba a sístole, as pressões atriais abrem as valvas AV e o sangue passa para o ventrículo. Esse é o período de enchimento rápido ventricular e ele ocorre durante o primeiro terço da diástole.
No último terço da diástole, os átrios se contraem, dando impulso adicional ao fluxo sanguíneo para os ventrículos; isso responde por 20% do enchimento ventricular total de cada ciclo cardíaco;
- Esvaziamento ventricular durante a sístole:
Período de contração isovolumétrica: no início da contração ventricular, a pressão no ventrículo sobe de modo abrupto e faz com que as valvas AV se fechem. Pouco tempo depois, o ventrículo gera pressão para abrir as valvas semilunares (pulmonar e aórtica). Durante esse período, os ventrículos estão se contraindo mas não ocorre esvaziamento; é o chamado período de contração isovolumétrica ou isométrica, o que significa que a tensão aumenta no músculo, mas ocorre pouco ou nenhum encurtamento das fibras musculares;
Período de ejeção: Pressão no VE até um pouco acima de 80mmhg ( e pressão no Vd, pouco acima de 8mmhg), a pressão força a abertura das valvas semilunares e o sangue começa a ser ejetado pelas artérias;
-período de ejeção rápida: 1 terço do período de ejeção e ocorre com 70% do esvaziamento ventricular;
-período de ejeção lenta: 30% do esvaziamento;
Período de relaxamento isovolumétrico: ao final da sístole, começa o relaxamento ventricular (repentino), dessa forma as pressões ventriculares direita e esquerda também diminuem. As altas pressões nas artérias distendidas (que acabam de ser cheias) faz com que ocorra fechamento das valvas aórtica e pulmonar. Durante esse período, o ventrículo continua a relaxar e o volume não se altera, originando o período de relaxamento isovolumétrico. Nesse período as pressões intraventriculares diminuem rapidamente de volta a valores diastólicos. É então que as valvas AV se abrem para novo ciclo;
- Alguns Conceitos:
-Volume diastólico final: enchimento normal dos ventrículos durante a diástole (volume aumenta para 110 ou 120 ml). Volume presente no ventrículo ao final da diástole;
-Débito sistólico: Volume ejetado pelo ventrículo a cada sístole (cerca de 70 ml);
-Volume sistólico final: É o volume que sobra no ventrículo após cada sístole;
-Fração de ejeção: é a fração do volume final diastólico que é impulsionada;

HALL, John E.; GUYTON, Arthur C. Tratado de Fisiologia Médica. Elsevier, 12ª edição, RIO DE JANEIRO, 2011.
- Funcionamento das valvas
'-Valvas A-V (mitra e tricúspide) : 'evitam refluxo de sangue dos ventrículos para os átrios durante a sístole.
-Valvas semilunares (pulmonar e aórtica): impedem o refluxo de sangue da aorta e da artéria pulmonar para os ventrículos durante a diástole
-As valvas abrem-se passivamente
-As valvas A-V possuem músculos papilares ligado a elas pelas cordas tendíneas. Esses músculos se contram ao mesmo tempo que as paredes do ventrículo, mas não ajudam as valvas a se fechar. Eles puxam as em direção aos ventrículos para evitar que essas se abaúlem em direção ao átrio durante a contração ventricular
-Se uma corda tendínea se romper, um dos músculos papilares paralisar a valva se abaúla muito para trás durante a sístole, que permite grave refluxo, resultando em insuficiência cardíaca grave, ou morte.
-Valvas das artérias pulmonar e aórtica: Suportam maiores pressões e são impelidas de modo repentino, de volta à posição fechada. Possuem aberturas menores e consequentemente a velocidade de ejeção é maior que as A-V. São sujeitas a abrasões mecânicas maiores. Não possuem a cordoalha tendínea. São constituídas por tecido fibroso forte e ao mesmo tempo flexível para suportar o estresse físico adicional.
-A entrada de sangue nas artérias faz com que suas paredes sejam distendidas (pressão se eleva para 120mmHg). Ao final da sístole, quando a valva aórtica se fecha, as paredes elásticas das artérias mantêm a pressão elevada mesmo durante a diástole.
-Na curva da pressão aórtica, ocorre a incisura no momento em que a valva aórtica se fecha. Ela é causada pelo breve refluxo sanguíneo imediatamente antes do fechamento valvar, seguido pela cessão abrupta desse refluxo.
-Após o fechamento da valva aórtica, a pressão na aorta vai caindo vagarosamente e antes que o ventrículo se contraia de novo, a pressão aórtica cai para 80mmHg (pressão diastólica)
-As curvas de pressão no ventrículo direito e na artéria pulmonar são semelhantes às obtidas no ventrículo esquerdo e na aorta, só que os valores das pressões é 1/6 dos valores equivalentes esquerdo.
- Relação entre sons cardíacos e os bombeamento cardíaco:
-Primeira bulha: fechamento das valvas A-V. Timbre baixo e duração relativamente longa. Sangue, valvas e parede ventricular vibram.
-Segunda bulha: fechamento das valvas aórtica e pulmonar (ao final da sístole). Ouve-se rápido estalido. As vibrações das artérias e da parede dos ventrículos são transmitidos até a parede torácica.
-Na inspiração, a pressão negativa intratorácica aumenta o retorno venoso, como consequência, o fechamento da valva pulmonar pode se atrasar um pouco em reflexo ao da valva aórtica.
'-Terce'ira bulha: em pacientes com insuficiência cardíaca, o volume ventricular pode ser muito grande; nesse caso as paredes ventriculares encontram-se bastante estiradas. Do começo para o meio da diástole, a entrada do sangue nos ventrículos pode causar vibração de suas paredes. A ausculta de 3 bulhas pode lembrar o golpe de um cavalo, por isso, se chama de ritmo de galope (sinal de ICC grave).
- Sopros: som causado pelo fluxo turbulento do sangue. Pode ocorrer por defeitos valvulares ou por volumes de sangue desproporcionalmente maiores que orifício ou vasos.
Conceitos de pré-carga e pós-carga
-Pré-carga: tensão do musculo no início da contração (pressão diastólica final quando o ventrículo esquerdo está cheio)
-Pós-carga: resistência contra o qual o sangue é expelido. É a pressão na artéria que se origina do ventrículo
-Débito cardíaco em repouso: 4 a 6 litros de sangue por minuto. Em exercícios pode chegar 6 a 7 vezes mais.
Mecanismo cardíaco de Frank-starling:
É a capacidade intrínseca do coração de se adaptar a volumes crescentes de afluxo sanguíneo. Quanto mais o coração for distendido durante o enchimento, maior será a força de contração e maior a quantidade de sangue bombada para a aorta.
“Dentro dos limites fisiológicos, o coração bombeia todo o sangue que a ele retorna pelas veias”
*Função Ventricular
-Quanto mais o musculo cardíaco for distendido, maior a força de contração
-O estiramento atrial aumenta a frequência cardíaca, aumentando o débito cardíaco.
Controle do sistema nervoso autônomo:
-Controlado por nervos simpáticos e parassimpáticos (vagais).
-Simpático
Aumento da frequência cardíaca até 180 – 200 batimentos por minuto: efeito cronotrópico positivo
Maior força de contração: efeito inotrópico positivo (mais volume bombeado e pressão de ejeção) -> maior debito cardíaco
-Parassimpático:
Menor frequência cardíaca a 20 – 40 batimentos por minuto (ou parada cardíaca)
Menos força de contração 20 a 30%
Obs:
-Aumento da temperatura corporal -> aumenta a frequência cardíaca
-Aumento da pressão arterial sistêmica (pós-carga) até determinado limite não diminui o debito cardíaco.

Referências:[]
HALL, John E.; GUYTON, Arthur C. Tratado de Fisiologia Médica. Elsevier, 12ª edição, RIO DE JANEIRO, 2011.
BARBOSA, Sophia Martins. Anotações da aula da Disciplina de Fisiologia. UNIVILLE. 20/03/2013.
CONSTANZO, Linda S. Fisiologia. Guanabara Koogan, 4ª edição, RIO DE JANEIRO, 2008.