Editor: Nicolas Dominico
Colaboradores: Ana Santin, Jessé Lana, Leandro Rosin, Renata Dal Bó
RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE[]
Auto-reflexão e compreensão: essenciais para transformar o relacionamento em uma força positiva. Os médicos devem ser empáticos, mas não a ponto de tentar ser o salvador do paciente, ou fantasiar sobre tal situação. Esses profissionais também devem ser capazes de separar vida profissional da vida pessoal, caso contrário, o envolvimento excessivo pode prejudicar a empatia.
-Empatia, mas sem sentimentalismo: Empatia pode ser entendida como a apreensão de vivências alheias (sensações, sentimentos, experiências) como se fosse sua, entretanto, sem compartilhar o que a pessoa sente. A empatia exige calma e receptividade.
Elementos necessários para se sentir empatia: consciência, integridade das estruturas cerebrais necessárias, as emoções e os sentimentos.
“A empatia é, de certa forma, uma “introspecção indireta”.”

-Atenção, mas sem intimidade: “O alvo de toda a atenção do médico é a saúde do ser humano, em benefício do qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional.”. Ser atencioso sem se envolver sentimentalmente, restringir-se ao problema.
-Flexibilidade e tolerância: alguns dos itens que devem ser tolerados e ter certa flexibilidade são a religiosidade e a espiritualidade, porém não devem ser separados, apenas distinguidos. O médico deve mostrar disposição para o diálogo sobre esses dois assuntos, além disse, ele deve ser tolerante e respeitoso, construindo assim uma boa relação com o paciente.
Valorizar a espiritualidade com parte do ser humano, desenvolvendo meios de respeito e tolerância para com o paciente, e vê-lo como um ser integral e autônomo. “Não basta ser tolerante, é preciso demonstrar tolerância e cumprir um acordo de intenção para se contornar as adversidades.”
-George Engel: deu destaque as insuficiências e limitações do modelo tradicional biomédico e defendeu a aprovação de uma abordagem biopsicossocial. O modelo biopsicossocial propunha que a doença seja vista como um resultado da interação de diversos mecanismos. Assim, o estudo de qualquer doença deve englobar as características do indivíduo, assim como seu corpo e seu ambiente.
“Ele destacou a humanização, onde a observação (visão externa), introspecção (visão interna), e o diálogo (entrevista) são a base da tríade metodológica para o estudo clínico e para processamento cientifico de dados do paciente".
-Modelo paternalista (sacerdotal): o médico toma as decisões, o paciente se submete as decisões do médico, não tem voz na consulta. A relação médico-paciente é assimétrica, a tal ponto do paciente ser considerado como uma “coisa”, e não um ser. A consulta se desenvolve como absoluta desigualdade e de uma total submissão do paciente.
São exemplos desse modelo:
- Tratar um paciente sem o seu consentimento;
- Dar um placebo;
- Omitir uma informação sobre o prognóstico;
- Realizar um procedimento cirúrgico sem dar uma segunda opção ou uma segunda opinião.
“O comportamento paternalista envolve a privação da liberdade das pessoas.” Também existem violações morais, como a privação da liberdade, o faltar com explicações e a promoção de dor ou sofrimento.
MÉDICO > paciente
-Modelo informativo (engenheiro): o paciente é informado do diagnóstico sobre sua doença, tratamentos, dificuldades, e cabe a ele decidir por qual opção seguir e é ele que decide a decisão final sobre o tratamento. O paciente tem direito de escolher qual a melhor opção, essa ideia é defendida por muitos médicos, juristas e bioéticos, porém não é unânime.
Médico < PACIENTE
-Modelo interpretativo (contratualista): MÉDICO <=> PACIENTE, médio envolvimento.
-Modelo deliberativo (contratualista): MÉDICO <=> PACIENTE, alto envolvimento.

Conceitos
-Transferência: inconsciente, paciente atribui ao médico características de relacionamentos passados.
-Contratransferência: inconsciente, médico atribui características ao paciente.
Evolução medicina + relação médico paciente.
TIPOS DE MÉDICOS[]
-Médico paternalista: tomam decisões sem consultar os pacientes, presumindo o que é o melhor para eles. Impõe um limite à autonomia do indivíduo.
-Médico inseguro: não tem segurança sobre as decisões, se deixa levar pelo paciente, abrindo mão de certos procedimentos quando contradito.
-Médico especialista: se preocupa apenas com sua área de especialidade, não analisando o paciente como um todo, fica apenas focado sobre sua especialização e acaba deixando passar algo simples, pois não deu atenção mínima ao paciente, em alguns casos se esquece deste, focando apenas no motivo da queixa.
-Médico curador: tem a solução para tudo, nada é um problema para ele.
-Médico pessimista: torna algo simples de ser aceito ou tratado em algo complicado para o paciente, deixando este ansioso e inseguro.
-Médico otimista: vê o lado bom em tudo, tenta deixar o paciente alegre, mesmo que em alguns casos ele fique iludido. É o oposto do médico pessimista.
-Médico autoritário: manda no paciente, não aceita ser contradito, é a autoridade máxima durante a consulta.
-Médico recém-formado: não tem muita experiência e tenta aplicar os conhecimentos teóricos na prática, de modo mais completo o máximo possível.
Tipos de paciente
-Paciente ansioso: apresenta incerteza, mudando a história ou acrescentando novos dados. A pessoa não consegue relaxar, pois apresenta tensões ou medos exagerados.
-Paciente hipocondríaco: pesquisa várias doenças que apresentam o mesmo sintoma que o seu, já vem com o diagnóstico pronto. Aconselha o tratamento, discorda do médico, discute.
-Paciente tímido: não conta história de forma completa, tem dificuldade para relatar os sintomas para o médico, não deixa a história ser aprofundada.
-Paciente deprimido: apresenta baixa auto-estima, desânimo, irritação, desinteresse. Dificuldade do médico em colher a história do paciente.
-Paciente psicótico: apresenta comportamentos estranhos, diferentes das demais pessoas, pode apresentar períodos de incapacidade de pensar racionalmente.

Flexibilidade do atendimento
Procurar discutir com o paciente qual procedimento seguir e apresentar as opções, conversar com o paciente, não impor algo. Respeitar as decisões e diferenças do paciente, respeitar sua cultura, crenças. Perguntar de qual maneira o paciente prefere ser chamado, o que o incomoda, o que o agrada, se existe algo que o aflinge.
Links Relacionados
1- http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232004000100014&nrm=iso&tlng=pt site acessado dia 02 de julho de 2013.
2- http://www.crmpr.org.br/imprensa/arquivos/2-lugar-ravel.pdf site acessado dia 02 de julho de 2013.
3- http://www.scielosp.org/pdf/csc/v9n1/19831.pdf site acessado dia 02 de julho de 2013.
4- http://www.yumpu.com/pt/document/view/12598920/a-quem-interessa-a-relacao-medico-paciente-scielo site acessado dia 02 de julho de 2013.
Referências bibliográficas
1- Nicolas, G.D. Anotação da aula da disciplina de Psicologia Médica. Univille. 07/5/2013
2- Nicolas, G.D. Anotação da aula da disciplina de Psicologia Médica. Univille. 14/5/2013,
3- http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X1999000300023&nrm=iso&tlng=pt site acessado dia 02 de julho de 2013.
4- http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27492007000600001&nrm=iso&tlng=pt site acessado dia 02 de julho de 2013.