Wiki AIA 13-17

Editora: Andressa de Oliveira Coiradas

Colaboradoras: Thais Yuri Miura e Maria Eduarda Kostecki


Podem ser causadas pela Taenia solium ou Taenia saginata .

A T. solium é capaz de causar cisticercose em suínos e a T. saginata pode causar cisticercose em bovinos. O boi e o porco são sempre os hospedeiros definitivos e  sempre terão a doença de chagas. O homem será sempre o hospedeiro definitivo, será parasitado pelo verme adulto e sempre terá a teníase.

A Taenia é um cestóide, hermafrodita, que tem corpo achatado e segmentado(proglotes).As duas espécies de Taenias diferem no tamanho, na cabeça e no aspecto do proglote grávido.

A tênia não faz obstrução intestinal por conta da característica do seu corpo, que é fino e achatado. Ela acompanha a movimentação do intestino, por isso não obstrui, no entanto faz trauma de mucosa, causando espoliação intensa.

Morfologia[]

Verme adulto:

A T. solium e a T. saginata possuem corpo achatado(em forma de fita dorsoventralmente), de cor branca com extremidade afilada.O corpo é dividido em:

Escólex (cabeça): Possui 4 ventosas que servem para fixação na mucosa e como forma de nutrição. A nutrição

Verminose teniase1

Morfologia. Fonte: http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/sala_de_aula/biologia/parasitoses/verminoses/verminoses_teniase_cisticercose

se faz por sucção. Possui rostelo que é uma coroa de acúleos que também servem para fixação na mucosa. Esse rostelo é exclusivo da T. solium e lesiona a mucosa intestinal, causando inflamação. Por esse motivo, a T. saginata é considerada menos agressiva à mucosa.

Colo (pescoço): É uma região lisa, não segmentada. É a região de formação de proglotes.

Estróbilo (corpo): Segmentado por proglotes. A estobilização é progressiva, ou seja, à medida que cresce o colo, vai ocorrendo a delimitação das proglotes e o desenvolvimento dos seus órgãos.Dessa forma,quanto mais afastada do escólex, mais evoluídas são as proglotes.A T. solium pode ter de 800-1000 proglotes e chegar a 3m, já a T. saginata pode ter mais de 1000 e chegar a 8m. Cada proglote possui órgão genital masculino e feminino. O órgão genital masculino se forma primeiro e o proglote só é considerado maduro quando já possui os 2 órgãos genitais bem formados. A fecundação é de forma assexuada. O proglote grávido é aquele cujo útero está repleto de ovos.

Com a movimentação intestinal e da própria tênia dentro do hospedeiro os proglotes são prensados contra a parede do intestino e os que estão grávidos eliminam seus ovos através da cloaca. Depois de um tempo o proglote se destaca de corpo do parasita.

Os ovos das 2 espécies de tênias  são iguais. A diferença se dá pela visualização dos proglotes grávidos. A T. solium possui o útero intensamente ramificado e as ramificações são grossas, saindo passivamente com as fezes. A T. saginata possui ramificações finas e bifurcadas e saem ativamente no intervalo das defecações.

Ovos

Os ovos possuem uma casca protetora (embrióforo) formada de quitina e com aspecto radial. Essa casca protege da ação do suco gástrico e das condições ambientais. Enquanto o ovo está no solo, a larva permanece protegida lá dentro.

-50% dos ovos produzidos são férteis e maduros;

- 40% são imaturos;

- 10% são estéreis.

Cisticerco

O cisticerco da T. solium contém uma vesícula com um líquido extremamente antigênico. Esse líquido, quando extravasado dentro do corpo do hospedeiro causa intenso processo inflamatório. Pode ser encontrado no cérebro, onde pode se manter viável por anos, porém, vai havendo calcificação da larva, sem rompimento do cisticerco. A maioria das complicações decorrentes da cisticercose é causada pelo extravasamento desse líquido.

Teníase[]

É a presença do verme adulto no humano. É adquirida através da ingestão de carne bovina ou suína contendo o cisticerco. O verme segue pelo TGI, rompe sua vesícula, fixa-se ao intestino e lá se desenvolve. Sempre existe apenas um verme, por isso a doença também é conhecida por “solitária”. A pessoa elimina ovos e proglotes* para o meio ambiente através das fezes. 

*A ingestão de proglotes não é forma de contaminação da doença, somente a ingestão de ovos.

Cisticercose[]

Pode ocorrer no boi, no porco ou no homem. O ciclo é o mesmo para os três hospedeiros.

A contaminação se dá pela ingestão do ovo presente em água ou alimentos contaminados com os ovos. O ovo chega ao intestino (possui a casca que protege da ação do HCl) e se rompe liberando a oncosfera. A oncosfera perfura a parede intestinal, cai na circulação e pode se alojar nos músculos, órgãos ou cérebro.No local,  forma uma vesícula e transforma-se em larva (cisticerco).No boi ou porco, a preferência é pelo músculo, por isso encontramos o cisticerco na carne. Já nos humanos, a preferência é pelo cérebro causando a neurocisticercose.

A pessoa também pode contrair a cisticercose de outras duas formas:

- Auto-infecção externa: quando o indivíduo ingere o próprio ovo eliminado nas suas fezes e desenvolve a cisticercose.

- Auto-infecção interna: Se os ovos permanecerem muito tempo dentro do intestino, podem eclodir e liberar cisticercos causando a cisticercose.

Ciclo-biologico-tenia

Ciclo biológico - teníase. Fonte: http://www.essaseoutras.xpg.com.br/teniase-e-cisticercose-doencas-tenia-profilaxia-tratamento-e-tabela/
















Sintomas[]

As substâncias excretadas pelo parasita são tóxicas e alérgicas. A fixação do verme na mucosa pode causar irritação e hemorragia intestinal. Podem ocorrer também náuseas, vômitos, dores abdominais, mal estar, diarréia, aumento de apetite, tonturas, insônia e perda de peso. O paciente pode apresentar uma eosinofila de 6% a 34%.

Sintomas específicos

Teníase – Pode causar desconforto abdominal, náuseas, vômitos, diarréia ou constipação, cólicas intestinais, alterações no apetite, além de mal estar geral, indisposição, fadiga fácil, perda de peso. Além de sinais nervosos como insônia, irritabilidade e inquietação. 

Cisticercose - Pode ser assintomática ou apresentar sintomas como cefaléia, convulsões, hipertensão craniana, entre outros. As manifestações clínicas da cisticercose dependem da localização, do tipo morfológico, do número de larvas que infectaram o indivíduo, da fase de desenvolvimento dos cisticercos e da resposta imunológica do hospedeiro. Podendo apresentar complicações como deficiência visual, loucura, epilepsia, entre outras.  ==Diagnóstico== O diagnóstico é feito com base na história clínica e exame físico. Exame parasitológico de fezes para teníase. Raios X (raramente usado) e tomografia para identificar a cisticercose. Exame de sangue através do método ELISA ou pesquisa de anticorpos no soro para o caso de suspeita de cisticercose.

Epidemiologia[]

A doença é mais freqüente em locais com hábitos de comer carne suína ou bovina mal passada ou com intensa contaminação com material fecal (falta de saneamento básico e higiene).

A notificação da teníase ou da cisticercose é obrigatória, mas quase não é feita. As notificações obrigatórias possibilitam monitorar e modificar a região endêmica, controlar melhor a incidência e prevalência da doença e facilita a interrupção da cadeia de transmissão. As vantagens da notificação são melhores condições ambientais e o melhor direcionamento de recursos para erradicação da doença e educação da população.

Tratamento[]

É feito frequentemente com albendazol ou mebendazol .O medicamento não elimina o verme inteiro, sendo as proglotes  eliminadas aos poucos.

Pode-se administrar também:

Niclosamida (Atenase): medicamento específico para tratar teníase. O fármaco age no sistema nervoso da tênia.

Praziquantel (Cestox): Indicado para tratar cisticercose ou teníase. Rompe a membrana do cisticerco e provoca o extravasamento do líquido da vesícula. O problema é que pode romper a membrana dos cisticercos que estão calcificados e causar sintomas em pacientes que outrora eram assintomáticos. Deve ser ministrado com cautela, pois o paciente  pode apresentar teníase e ter cisticercos calcificados. É recomendado o uso de um corticóide associado.


Quadro-resumo[]

Teniase-e-cisticercose

Fonte: http://www.essaseoutras.xpg.com.br/wp-content/uploads/2012/10/teniase-e-cisticercose.jpg















Referências bibliográficas[]

KOSTECKI, M. E. Anotações da aula da Disciplina de Microbiologia e Parasitologia. UNIVILLE.27/08/2013

NEVES, D. P. Parasitologia Humana. 11 ed. São Paulo: Atheneu, 2005.

Teníase x Cisticercose. Disponível em <http://www.dive.sc.gov.br/conteudos/zoonoses/Vetores/Teniase_X_Cisticercose.pdf>. Acesso em 01/09/2013.

Links relacionados[]

Vídeo sobre teníase e cisticercose

Teníase

Cisticercose