Editor: Tiago Vasconcelos Xavier
Colaboradores: Giórgio Tondello, Kurt Neulaender, Carlos Ehrl, Lucas Muehlbauer e Rafael Koerber
Volumes Pulmonares[]
Volume corrente (VC): é o volume que é inspirado, ou expirado, a cada incursão respiratória normal.
Volume de reserva inspiratório (VRI): é o volume que pode ser inspirado além do volume corrente, sendo usado geralmente durante grandes esforços ou prática de exercícios físicos.
Volume de reserva expiratório (VRE): é aquele volume que pode ser expirado após a expiração do volume corrente.
Volume residual (VR): volume remanescente nos pulmões após expiração máxima. Não pode ser medido por espirometria.

Espaço MortoO:[]
Espaço morto anatômico: volume das vias aéreas de condução. Cerca de 150 ml em condições normais.
Espaço morto fisiológico: definido como volume pulmonar que não participa das trocas gasosas, sendo aproximadamente igual ao espaço morto anatômico em condições normais. Em situações patológicas, como quando há má perfusão alveolar, o espaço morto fisiológico encontra-se aumentado e, portanto, maior que o anatômico.
Frequência Ventilatória:
Ventilação minuto (VM): é a medida do volume total de ar que ventila os pulmões a cada minuto. Pode ser calculado pela equação: VM = VC x (Respirações/min).
Ventilação alveolar (VA): calcula o volume total que ventila os alvéolos a cada minuto. Calculada pela equação: VA = (VC – Espaço morto) x (Respirações/min).
Capacidades Pulmonares:
Capacidade inspiratória: é a soma do volume corrente com o volume de reserva inspiratório.
Capacidade residual funcional (CRF): é a soma do volume de reserva expiratório com o volume residual, ou seja, é o volume que permanece nos pulmões após a expiração do volume corrente. Como inclui o volume residual, não pode ser medida por espirometria.
Capacidade vital (CV) ou capacidade vital forçada (CVF): soma dos volumes corrente, de reserva inspiratório e de reserva expiratório. Representa o volume de ar que pode ser expirado forçadamente após uma inspiração máxima.
Capacidade pulmonar total (CPT): é a soma dos 4 volumes pulmonares (VC, VRI, VRE e VR). Volume presente nos pulmões após uma inspiração máxima. Também não pode ser medida por espirometria já que inclui o volume residual.
Volume expiratório forçado (VEF1):
É o volume de ar que pode ser expirado no primeiro segundo de uma expiração máxima forçada. Normalmente corresponde a 80% da capacidade vital forçada.
Em doenças obstrutivas, com a asma, o volume expiratório forçado é reduzido, correspondendo a uma porcentagem menor da capacidade vital forçada.
Já em doenças restritivas, com a fibrose, há redução tanto do volume expiratório forçado quanto da capacidade vital forçada, por isso a relação percentual entre estes permanece inalterada ou encontra-se aumentada.
Mecânica da respiração:
Músculos da inspiração:
Diafragma: é o músculo mais importante na inspiração. Sua contração provoca aumento do volume da caixa torácica, diminuindo a pressão interna, principalmente por empurrar o conteúdo abdominal para baixo.
Músculos intercostais externos e músculos acessórios (esternocleidomastóideo, serrateis anteriores): normalmente não utilizados, a não ser em caso de esforço, exercícios ou desconforto respiratório.
Músculos da expiração:
A expiração normalmente é passiva, devido a característica elástica do sistema pulmão-parede torácica. Em situações de resistência aumentada ou em exercícios, alguns músculos podem ajudar na expiração:
Músculos abdominais: comprimem a cavidade abdominal e empurram o diafragma para cima.
Músculos intercostais internos: tracionam as costelas para dentro e para baixo.

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Complacência Pulmonar:[]
Complacência = Volume/Pressão
Essa medida indica a distensibilidade dos pulmões e da caixa torácica, sendo portanto inversamente proporcional à elastância e à rigidez torácica/pulmonar (forças contrárias à expansão.)
A complacência indica também a variação de volume que ocorre devido à uma variação na pressão transpulmonar.
Complacência dos pulmões: no que diz respeito à insuflação e ao esvaziamento dos pulmões, temos que as curvas de tais processos são diferentes. Essa diferença é chamada de histerese.
Além disso, na faixa média de pressões, a complacência pulmonar é maior, diminuindo à medida que a pressão aumenta, como nas altas pressões de expansão (inspiração forçada), quando a resistência à expansão encontra-se aumentada.
Complacência do sistema pulmão-parede torácica combinado:
Essa complacência é menor que a complacência pulmonar ou a da parede torácica analisadas isoladamente.
As forças que tendem à expansão são geradas naturalmente pela caixa torácica. Já as forças que tendem ao colabamento são geradas pelos pulmões principalmente. Essas forças opostas geram a pressão intrapleural negativa.
Em repouso, a pressão nas vias aéreas e nos pulmões é igual à pressão atmosférica e as forças que tendem a colabar os pulmões e a caixa torácica são iguais àquelas que tendem a expandi-los. Assim, os pulmões não sofrem expansão nem colabamento.
No caso de um pneumotórax, a pressão intrapleural passa a ser igual à atmosférica, e dessa forma os pulmões colabam e a caixa torácica tende a se projetar para fora.
Alterações na complacência pulmonar:
Em paciente com enfisema pulmonar, a complacência pulmonar encontra-se aumentada e a tendência natural de colabamento dos pulmões diminui, “perdendo” desta forma para a tendência de expansão natural da caixa torácica. Por esse motivo, o toráx do paciente adquire formato de barril, refletindo seu maior volume.
Já em paciente com fibrose, a complacência encontra-se diminuída e a tendência ao colapso pulmonar está aumentada, superando a força natural de expansão da caixa torácica. Dessa forma, o paciente tem dificuldade em insuflar os pulmões.

http://www.uff.br/fisio6/aulas/aula_20/topico_07_clip_image006.jpg
Referências:
HALL, John E.; GUYTON, Arthur C. Tratado de Fisiologia Médica. Elsevier, 12ª edição, RIO DE JANEIRO, 2011.
XAVIER, Tiago V. Anotações da aula da Disciplina de Fisiologia. UNIVILLE. 14/05/2013.
CONSTANZO, Linda S. Fisiologia. Guanabara Koogan, 4ª edição, RIO DE JANEIRO, 2008.
Links Externos:[]
http://jornaldepneumologia.com.br/PDF/Suple_135_45_22%20volumes%20pulmonares.pdf